SIMPLIFICANDO O SAGRADO

O maior desafio do ser humano é encontrar “o seu lugar no mundo”. Ele cresce escutando histórias e sonha ser parte de alguma delas, alguma que realmente faça um sentido lógico a fim de dar significado a sua existência. Planos de universidade, trabalho estável, construção de uma família… tudo isso são formas de dar a cada um certa uma sensação de ser parte integral de algo. Ao conectar-se com a Igreja, esses anseios permanecem, mas há uma nova necessidade de viver de maneira santa. Essa mudança insere dúvidas em uma mente que já possuía seu modo de enxergar a vida.

Será que mesmo aquilo que não é “igreja e Deus” também deve ser santo? Ou será que é possível separar tudo e viver duas realidades ao mesmo tempo, uma “secular” e outra “sagrada”?



ONDE ENCONTRAR NA BÍBLIA?              

1 CORÍNTIOS 10:31

Portanto, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.

2 CORÍNTIOS 6:17

Portanto, afastem-se e separem-se deles, diz o Senhor. Não toquem em coisas impuras, e eu os receberei.

TITO 1:15

Para os que são puros, tudo é puro. Mas, para os corruptos e descrentes, nada é puro, pois têm a mente e a consciência corrompidas.



FALANDO SOBRE O ASSUNTO

Um mundo secular

Não há como fugir do secular, esta é a realidade. O mundo em que vivemos construiu-se ao longo dos séculos — inclusive estamos no 21, não é mesmo? No entanto, existe uma grande diferença entre viver em uma cultura constituída através dos séculos e viver de forma secular. Nosso foco, aqui, não é a forma como organizamos os anos, mas sim a escolha de como vivê-los.

O secular se associa ao que chamam de mundano ou profano, isto é, tudo aquilo que despreza o sagrado. E ambos, tanto sagrado quanto profano, não nascem do nosso fazer (nossas ações), mas sim do nosso ser (nossa essência). E é por isso que precisamos ter a convicção de quem verdadeiramente somos, visto que é essa certeza que norteia todas as nossas ações.

A verdadeira identidade

Por conta das consequências do pecado, o homem perdeu seu senso de pertencimento, de identidade e de propósito. Assim, a realidade de ter sido criados à imagem e semelhança de Deus passou a estar cada vez mais distante, a ponto de tornar-se inconcebível para o ser humano. Esse fato tem levado as pessoas, no decorrer dos séculos, a buscarem por métodos e ídolos para preencherem esse vazio em seu ser.

 

Jesus, assim como nós, também foi tentado em Sua identidade quando esteve na Terra como homem. Antes de começar Seu ministério, Ele “foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo” (MATEUS 4:1), e o principal questionamento lançado sobre o Senhor foi: “Se você é Filho de Deus…” (vv.3,6). Satanás estava buscando de todas as formas atingir a identidade de Jesus como Filho de Deus para que tudo o que Ele realizasse fosse corrompido. Uma das maiores estratégias do inimigo é anular o nosso ser para que o nosso fazer também seja malsucedido. No entanto, Jesus não estava firmado no que Ele poderia realizar, mas sim em quem Ele era. Antes de ser tentado, Jesus sabia exatamente quem era, pois havia escutado do seu Pai a afirmação mais importante de todas: “Este é o meu Filho amado, que me dá grande alegria” (MATEUS 3:17).

Jesus, por meio de Sua morte na cruz, oferece a cada um de nós a oportunidade de salvação e restauração da nossa verdadeira identidade. Pois “a todos que creram nele e o aceitaram, ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus” (JOÃO 1:12); logo somos “…povo escolhido, reino de sacerdotes, nação santa, propriedade exclusiva de Deus…” (1 PEDRO 2:9).

O propósito do sagrado

A palavra sagrado vem do latim sacratus, significando alguém (ou algo) dedicado, separado exclusivamente para ser ou realizar algo. Ao sermos adotados na família de Deus, entendemos que somos filhos do Rei e que Ele, por meio de cada um de nós, busca estabelecer o Seu reino na Terra. Por conta dessa adoção, Ele nos restitui aquilo que o pecado havia nos tirado — pertencimento, identidade e propósito.

Assim, ainda que este mundo esteja “sob o controle do maligno” (1 JOÃO 5:19), temos a convicção e a segurança de que pertencemos a Cristo e de que fomos criados para a Sua glória, pois todas “as coisas vêm dele, existem por meio dele e são para ele…” (ROMANOS 11:36). Por isso, tudo o que fazemos deixa de ser secular e passa a ser sagrado, pois para os filhos de Deus, todas as coisas são uma oportunidade de revelar a verdadeira natureza do Pai.

Quem somos e a qual reino pertencemos define tudo o que fazemos. Sendo assim, trabalhar, estudar, formar uma família, realizar um intercâmbio, ir à igreja ou as outras mil coisas que buscamos realizar passam a ser parte de algo maior. Tudo em nós se torna integral e pleno quando está dentro do plano supremo do Rei eterno.

 

QUESTÕES PARA DEBATE

1- Você acredita que é possível viver de maneira sagrada em um mundo secular? Quais são as práticas que podem nos levar a um estilo de vida santo?

2- De quais maneiras você acredita que o inimigo busca destruir sua identidade de filho de Deus?

3- Quais ferramentas você crê que Deus lhe entregou para viver de forma consagrada e manifestar o reino dele nesta Terra?



 

ORAÇÃO

Senhor, agradeço-te por abrir nossa mente e nos fazer entender que somos imagem e semelhança de quem Tu és e que podemos ser chamados de santos em um mundo tão corrompido. Peço-te que cada um que está lendo este devocional tenha a convicção de que é Teu filho por meio de Jesus. Creio que, por mais que existam tantas coisas querendo nos afastar de ti, a Tua voz sempre estará nos afirmando que somos amados e desejados do Teu coração, e por isso podemos vencer todas as coisas. Queremos confiar somente em ti! Em nome de Jesus. Amém!

 

Gabriela Oliveira

Direito — UniCuritiba