Como orar: 4 Coisas que não precisamos fazer

Como orar: 4 coisas que não precisamos fazer
Como orar: 4 coisas que não precisamos fazer

Já se perguntou “como orar?”, ou então, o que torna uma oração “perfeita”?

Talvez em nossas mentes, orações com palavras difíceis certamente chamarão a atenção de Deus. Ou talvez precisemos nos arrepender mais (ou seja, nos castigar, “Ai de mim”) para que Ele nos ouça. Ou na verdade, talvez não devamos incomodá-lo muito, não queremos ser um incômodo para Ele.

Esses pensamentos podem prejudicar nossa vida de oração porque sentimos que precisamos ter as coisas “perfeitas” e em “ordem” antes de ir a Deus. Bem, a boa notícia é que não existe tal coisa como uma oração “perfeita”.

É o nosso passe VIP para o Rei dos reis, permitindo-nos ir a Ele com todos os nossos sonhos, esperanças e preocupações.

Aqui estão algumas coisas que frequentemente pensamos que devemos ou não devemos fazer ao orar, mas que na verdade têm menos importância do que pensamos.

1. Não é necessário terminar com palavras muito difíceis

Está na hora de encerrar nosso encontro de grupo com uma oração, e a pessoa que foi convidada para orar se transformou completamente em outra pessoa. De repente, termos cristãos começam a aparecer em seu vocabulário enquanto ela ora, completando com uma entonação profunda e um sotaque estranho. 

Muitas vezes sentimos que precisamos nos destacar quando oramos porque achamos que Deus está julgando nosso desempenho, com Seu dedo pronto para pressionar o botão “sim” ou “não” dependendo de como fazemos as nossas orações. Ou talvez, sob o olhar público (e expectativas dos outros), temos a necessidade de fazer um show por medo de que os outros nos julguem por nossa falta de eloquência. 

No entanto, a oração é um assunto muito pessoal, e seja orada publicamente ou não, é uma questão entre nós e Deus. Ele não está avaliando nossas orações antes de decidir se somos dignos de uma audiência com Ele, ou se nossos pedidos valem a pena ser ouvidos. Ele já nos concedeu acesso a Ele (Hebreus 4:16) e nos deu o Espírito Santo para interceder por nós (Romanos 8:26) quando as palavras falham. E se você sentir que não sabe o que dizer ao orar, pode começar orando pelas Escrituras ou pelos Salmos, para treinar-se a orar e responder à verdade de Deus. 

Quando Jesus ensinou Seus discípulos, um grupo de pescadores (além de um cobrador de impostos), a Oração do Senhor (Mateus 6:9-13) – uma oração simples e direta que abrange todas as bases – isso nos diz que a oração é para todos, não apenas para os eloquentes, os educados e aqueles que “sabem”.

2. Não há necessidade de resolver as coisas primeiro

Nossa vida está envolta em um lamaçal de pecado. Gostaríamos que Deus nos ajudasse, mas Ele é santo e exaltado, e nós não somos. “Hum,” pensamos, “é melhor limpar nossa bagunça antes de ir a Deus.” Então tentamos o máximo possível “limpar” nós mesmos os nossos pecados com vários métodos de “desintoxicação” – parando abruptamente certos vícios em nossas vidas (apenas para recair em breve), focando nos aspectos “positivos” de nossas vidas, exceto pela coisa que nos faz tropeçar. 

Estamos presos em um ciclo vicioso, onde sentimos que não arrumamos nossas ações, então adiamos mais um dia, e outro dia… e logo desistimos de ir até Ele. Podemos não pensar que somos como o fariseu em Lucas 18:9-14, que, confiante em sua própria justiça, orou e agradeceu a Deus por não ser como os “outros – ladrões, malfeitores, adúlteros – ou mesmo como este cobrador de impostos” (Lucas 18:9-11). Mas ao querer apresentar apenas nosso lado “bom” a Deus, podemos estar compartilhando inadvertidamente a mesma mentalidade – pensando que quando nos achegamos a Deus, temos que ser “justos”.

Deus não enviou Jesus para morrer por pessoas limpas e santas. Jesus morreu por nós enquanto éramos ainda pecadores (Romanos 5:8). E as Escrituras dizem que podemos ir confiantes e com ousadia diante de Sua presença (Efésios 3:12), então, nesse sentido, podemos ir a Deus com a bagunça de nossa vida e saber que Ele não espera que sejamos perfeitos antes de irmos a Ele. Tudo o que Ele nos pede é “um coração quebrantado e contrito” (Salmo 51:17) enquanto nos aproximamos dele.

3. Não há necessidade de andar pisando em ovos ao redor Dele

 “Ah, desculpe, Deus, então sobre aquele pedido de oração de ontem/do mês passado/de dois anos atrás…” Alguma vez já oramos por algo e nos sentimos mal por “incomodar” Deus com isso, porque não queremos ser como mosquitos zumbindo em Seus ouvidos?

Podemos sentir que Deus pode estar entediado com nossos pedidos porque sempre que tocamos no assunto com nossos amigos de oração, quase podemos ouvi-los dizer: “De novo isso!” E se eles estão entediados, com certeza Deus também deve estar, não é?

Ou talvez sintamos que não cumprimos nossas “obrigações” (oração, momento de silêncio, leitura da Bíblia) e não “merecemos” ir até Ele com nossos pedidos.

Mas aquela oração específica é tão importante para nós – talvez seja para a restauração de um relacionamento, direção para uma mudança de carreira ou por um cônjuge – e gostaríamos de uma resposta de Deus.

Não se preocupe, Deus não está prestes a rejeitar no mesmo instante que vê nosso pedido “tocando” novamente. Muito pelo contrário, Deus ama uma oração persistente.

As Escrituras falam sobre a viúva persistente, que importunava o juiz injusto até que ele concedesse o que ela queria (justiça) (Lucas 18:1-8), e a pessoa que continuamente bateu na porta de seu amigo durante a noite pedindo três pães (pão era algo importante naquela época, era caro), até que ele eventualmente lhe desse o que pediu (Lucas 11:5-8). 

Essas parábolas nos remetem de volta ao nosso relacionamento com Deus e mostram a importância das orações persistentes.

J.D. Greear, em seu livro Just Pray (Apenas Ore), escreveu: “Quando oramos persistentemente, estamos mostrando que temos [essa] convicção sobre Deus: “Deus, só você pode me ajudar… Vou ficar bem aqui porque você é a minha única esperança. Orar uma ou duas vezes não demonstra isso. Orar persistentemente sim, e assim glorifica a Deus. É por isso, acho, que Deus se alegra e fica feliz em responder às orações persistentes.”

A persistência na oração nos ajuda a nos aproximarmos ainda mais de Deus e a ouvir melhor Seu coração por nós – é uma proximidade cultivada da mesma forma quando passamos muito tempo com alguém. Em nossa persistência, também continuamos a descobrir (e nos lembrar) da bondade e fidelidade de Deus, o que nos permite voltar a Ele continuamente.

Seja qual for o fardo em seu coração, bata na porta e continue batendo.

4. Não há necessidade de nos rebaixarmos

Às vezes, pensamos equivocadamente que a única maneira de fazer com que Deus ouça nossas orações é se passarmos muito tempo nos rebaixando. Achamos que estamos sendo “humildes” se dissermos a Ele o quão “terríveis” e “indignos de amor” somos, e que isso fará com que Ele esteja mais inclinado a prestar atenção em nossas orações! 

Essa situação pode funcionar se estivermos lidando com um narcisista que se anima quando listamos todos os nossos defeitos antes de nos conceder nossos desejos, mas Deus não é um narcisista e Ele não espera que oremos dessa maneira.

Somos criados à imagem de Deus (Gênesis 1:27), Ele nos fez com o maior cuidado (Salmo 139:14), e quando Ele olhou para tudo o que criou (incluindo nós), declarou que era muito bom (Gênesis 1:31). Então, ao nos aproximarmos de Deus apontando todos os nossos traços “insignificantes”, não estamos mostrando um coração de humildade, mas sim minimizando ou ignorando o que Deus fez por nós.

Não há necessidade de nos rebaixarmos quando lembramos de como Ele nos fez, nos salvou e nos acolheu como Seus filhos. Com esse conhecimento, deixe de lado tudo o que está atrapalhando você de se aproximar de Deus e corra com abandono selvagem para os braços do seu Pai (Lucas 15:20).

Originalmente publicado por ymi.today.