O verdadeiro significado da paixão de Cristo

Paixão

"Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?"

Em 2004, um filme comoveu, inspirou e incomodou profundamente os espectadores. A Paixão de Cristo apresentou, em detalhes sangrentos, a flagelação e a crucificação de Jesus. Para alguns, foi demasiadamente sangrento. Outros o receberam como um lembrete difícil, mas útil, da dor que o nosso Salvador sofreu.

O nome do filme foi correto. A palavra paixão significa “sofrimento”. Ao longo dos tempos, ela tem sido especialmente ligada ao sofrimento de Jesus. Os amantes de música clássica estão familiarizados com A paixão segundo São Mateus, de Bach, e muitas outras obras baseadas nos relatos evangélicos do sofrimento de Jesus.

Há também um segundo significado em “a paixão de Cristo”. Nos tempos modernos, frequentemente paixão se refere a amor — a emoção que alguém sente, decorrente de um profundo desejo por outra pessoa. Nesse sentido, a paixão do Cristo agonizante poderia ser entendida como o Seu eterno amor por nós. A palavra paixão provém do latim passus, uma forma do verbo patior, “experimentar algo”. Em algum momento, ela recebeu o significado de suportar algo negativo.

Podemos também remontar paixão a uma palavra grega, pascho, que tem uma forma substantiva, pathos. A palavra pascho e suas formas relacionadas aparecem aproximadamente cinquenta vezes no Novo Testamento e costumam ser traduzidas como “sofrer”.

Muitas vezes, Jesus preparou os Seus discípulos para a Sua paixão dizendo que “era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas” (Mateus 16:21). Após a Sua ressurreição, Jesus ensinou a dois discípulos desinformados no caminho para Emaús: “Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” (Lucas 24:26). Isso se tornou uma parte essencial da pregação do apóstolo Paulo: “Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos” (Atos 17:2-3). 

Uma das filosofias mais populares nos poucos séculos antes e depois de Jesus foi o estoicismo. Os estoicos falavam muito acerca de pathos, acerca do sofrimento humano — como pensar nele, como lidar com ele e como evitá-lo. Eles tinham um código moral rígido e alguns até abandonaram o panteão grego em favor de um único Deus sobre todos — mas tiveram dificuldade em imaginar que, algum dia, esse Deus pudesse sofrer.

O apóstolo Paulo falou poderosamente ao mundo grego, até mesmo debatendo com os estoicos em Atenas (veja Atos 17:18). Perto da costa, em Filipos, vivia um grupo de cristãos que recebeu uma carta do apóstolo acerca de como Jesus se recusou a apegar-se à Sua divindade, mas voluntariamente se manifestou em carne humana, humilhando-se no sofrimento e na morte, “e morte de cruz!” (Filipenses 2:8).

Esse é o verdadeiro significado da paixão: Cristo suportou sofrimentos grotescos para salvar pessoas pelas quais Ele é apaixonado. “Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus” (1 Pedro 3:18).

PREPARANDO O SEU CORAÇÃO PARA A PÁSCOA

Hoje, dedique tempo para refletir sobre o significado da paixão de Cristo. Considere como a Sua paixão por você foi tão grande que Ele sofreu intensamente na cruz. Fale com Ele e agradeça-lhe pelo Seu extraordinário amor por você.

A última semana da Quaresma, que começa no Domingo de Ramos e continua até o Domingo de Páscoa, é às vezes chamada Semana da Paixão. O Domingo de Ramos também é conhecido como Domingo da Paixão.

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