O peregrino figura entre os maiores clássicos da literatura mundial. Durante muito tempo, foi, depois da Bíblia, o livro mais vendido do mundo, sendo encontrado tanto nas casas mais humildes quanto nas mais luxuosas mansões.

O peregrino foi publicado, pela primeira vez, em 1678 por Nathaniel Ponder em sua Casa Publicadora em Londres. O título completo original da obra era “O progresso do peregrino deste mundo para o mundo porvir”, e continha inicialmente 191 páginas. A demanda pelo livro foi tanta, que antes do final deste mesmo ano foi publicada a segunda edição com acréscimo de algumas passagens e notas. (Faz-se necessário lembrar que a quantidade de leitores no século 17 era escassa.) Isso fez dele um best-seller sem precedentes na história, mesmo que sua apresentação fosse extremamente simples.  A segunda parte do livro, conhecida em português como A peregrina, foi publicada em 1684.

No entanto, o sucesso do livro não ficou confinado às fronteiras da Inglaterra. Sua recepção em países como Escócia, Irlanda e Nova Inglaterra (atual Estados Unidos da América) foi ainda mais entusiasmada. Neste último, a primeira edição foi apenas três anos após lançamento no país de origem. Contudo, os editores americanos — de origem puritana, como Bunyan, — entenderam que, pelo teor da obra, valia o investimento de produzirem uma edição de luxo. Em poucos anos, O peregrino já estava traduzido em francês, holandês, alemão, flamengo, gaélico e galês. Foi amplamente usado pela Sociedade Missionária de Londres como ferramenta para evangelismo nos países onde atuavam. Com isso, no final do século 18, já havia chegado às Índias; e no século 19, na África. Na última vez em que foi computado, O peregrino já podia ser achado em mais de 200 línguas, o que faz dele o livro mais traduzido no mundo depois da Bíblia. A primeira edição em português data de 1782 e foi impressa em Lisboa, Portugal.

Logo que foi lançado, teve apelo especial entre as classes trabalhadoras, mas em pouco tempo era livro de cabeceira de todas as camadas da sociedade.

John Bunyan apresenta os fundamentos da doutrina cristã em uma alegoria. A jornada de um homem atormentado por sua condição pecaminosa, sua conversão e desafios encontrados enquanto se dirige à Cidade Celestial representam o que normalmente compreende a experiência cristã.

Nesta nova edição, incluímos ilustrações antigas para transformar sua leitura em uma experiência ainda mais agradável. Elas foram retiradas de uma edição inglesa datada de 1890.

Como um livro que atravessa mais de três séculos, O peregrino foi de grande influência na literatura mundial, mas mais especificamente na de língua inglesa. Autores ligados ao movimento romântico do século 19, como Charles Dickens, Charlotte Bronte, Mark Twain, George Eliot e Louisa May Alcott, utilizaram-se do texto de Bunyan para construção do enredo de alguns de seus livros.

Também renomados autores do século 20 foram influenciados pelo clássico de Bunyan. Exemplos disso são os livros: A feira das vaidades, de William M. Thackeray (Editora Europa-América PT, 1999 — em clara referência ao capítulo em que Cristão e Fiel chegam a esta feira); Mr. Standfast, de John Buchan; O regresso do peregrino, de C. S. Lewis (Ed. Ultimato, 2019).

"Além da Bíblia, o livro que mais valorizo é O Peregrino, de John Bunyan. Creio que eu já deva tê-lo lido umas 100. vezes. Esse é um livro do qual jamais me canso..." Charles H. Spurgeon

No entanto, sua influência tem sido ainda mais marcante entre os pregadores dos séculos seguintes como os eminentes George Whitefield (século 18) e Charles Haddon Spurgeon (século 19), J. I. Packer, R. C. Sproul, John Piper, John McArthur (todos do século 20 e 21).

Como disse o Rev. William Landels, em sua nota introdutória ao volume de O peregrino de 1890:

“…o homem que ficou proibido de pregar para algumas poucas pessoas reunidas na cabana de um camponês, foi provido com recursos para escrever um livro por meio do qual fala a milhões, em toda a parte, e por várias gerações. Ao mesmo tempo, os homens que buscaram silenciá-lo foram todos esquecidos. Assim os esquemas dos inimigos do evangelho são frustrados.”

Os tempos podem mudar, novas tecnologias e avanços científicos serem promovidos, mas esta obra clássica do cristianismo bíblico permanece falando ao coração de todos os que, em algum momento de sua jornada pela vida, sentiram o peso do pecado sobre seus ombros e desejaram libertação.

 Encontre seu local de leitura, acomode-se confortavelmente e aventure-se com Cristão em sua peregrinação. Você perceberá que, não raro, sua identificação com a história será tão intensa e a mensagem ao seu coração tão profunda, que se levantará encorajado a prosseguir em sua própria peregrinação em direção à Cidade Celestial!

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O que você terá em mãos é uma preciosidade!

Conheça alguns personagens

O livro O peregrino é recheado por bons nomes para personagens! Os nomes deles representam tanto as características pessoais mais marcantes como indivíduos, mas também uma classe de pessoas que tem modos de agir e pensar semelhantes aos manifestados na narrativa. Um desses personagens logo no início da história, Evangelista, encontra Cristão, o personagem principal. Cristão em sua agonia pergunta “O que devo fazer para ser salvo?”.

Evangelista o aconselha apontando para o local para onde deve ir: “Mantenha o olhar naquela luz e caminhe em sua direção”. É tão simples e profundo ao mesmo tempo, pois em nossa caminhada somos como Cristão, perguntando e buscando respostas e outros momentos como Evangelista, que aponta o caminho.

O livro O peregrino é recheado por bons nomes para personagens, todos eles falam de sentimentos ou atitudes que temos frente aos desafios. Um desses personagens logo no início da história, Flexível, é convidado a participar da jornada. E ao enfrentar junto com Cristão, o personagem principal, o Pântano do Desânimo, Flexível desiste. Ao voltar é aplaudido por alguns, mas não por outros, pois consideram que ao começar a aventura as dificuldades de qualquer tipo não poderiam impedir de continuar. É muito interesse esse pequeno trecho do livro e o quanto ele  nos ensina, o quanto revela sobre nossa atitude de persistir independentemente das circunstâncias.

“O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal” (2 PEDRO 2:22).

O Sábio-Segundo-o-Mundo é um personagem bem peculiar dentro da narrativa de O peregrino. Ele representa uma classe de pessoas que tem modos de agir e pensar semelhantes, pois tem muitos conselhos terrenos. Evangelista encontra Cristão e o apresenta adequadamente esse sábio: “O homem que você conheceu chama-se Sábio-Segundo-o-Mundo. Seu nome é muito apropriado; em parte porque ele gosta somente da doutrina deste mundo, motivo pelo qual ele vai à igreja da Cidade de Moralidade, e em parte porque ele ama mais aquela doutrina, pois ela o poupa da cruz. E por ter natureza carnal, procura perverter meus caminhos, apesar de serem corretos.”

“Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve” (1 JOÃO 4:5).

“Tão logo Cristão se aproximou da cruz, a carga soltou-se dos seus ombros e continuou caindo até chegar à entrada do sepulcro, onde foi depositada completamente, e eu vi que não havia mais nenhum fardo.

Cristão ficou feliz, e exclamou com coração agradecido: ‘Ele me deu descanso por meio de Seus sofrimentos e a vida por meio da Sua morte’. Ficou parado durante algum tempo para olhar e maravilhar-se com a visão da cruz e o alívio que ela lhe proporcionara. Continuou admirando-a até que as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.”

Conhece esse personagem? Um falador perfeito, vamos ler o que a narrativa fala sobre ele. “Vou contar-lhe mais sobre ele. Este homem aprecia qualquer companhia e qualquer conversa. O que lhe falou até agora poderá dizer igualmente em uma taverna. Quanto mais bebe mais fala. A religião não tem um lugar em seu coração, em sua casa ou seu comportamento; ele é todo conversa e sua religião é a sua língua.”

Lembre-se do que diz um provérbio popular : “Eles dizem, mas não fazem”, mas a Palavra de Deus afirma que “o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (1 Coríntios 4:20).

Gigante Desespero é citado na história do livro O peregrino e ele vive no Castelo da Dúvida. E é exatamente esse sentimento, o desespero, que toma conta de nós quando um turbilhão de dúvidas começa a reinar em nossos corações. É necessária muita certeza sobre as promessas que Deus lhe falou, e, assim, a esperança terá lugar em seu coração novamente.  

John Bunyan