A Rainha de Sabá: instruindo-se com Jesus

Tendo a rainha de Sabá ouvido a fama de Salomão, com respeito ao nome do SENHOR, veio prová-lo com perguntas difíceis […] Salomão lhe deu resposta a todas as perguntas, e nada lhe houve profundo demais que não pudesse explicar. —1 Reis 10:1,3

 

Dado que nosso Senhor colocou a rainha de Sabá como um sinal, conforme registro em Mateus 12:42, seria inconveniente se não tentássemos aprender tudo o que podemos deste sinal. Ela veio “…para ouvir a sabedoria de Salomão…” (1Re 4:34), mas Cristo é “…maior do que Salomão” (Mt 12:42) em todos os aspectos. Ele é maior em sabedoria, pois, embora Salomão fosse sábio, ele não era a Sabedoria em pessoa — e essa é Jesus. No livro de Provérbios, o Senhor é mencionado sob o nome de Sabedoria, e o apóstolo Paulo nos diz que Ele se tornou de Deus, para nós, sabedoria. Aqueles que realmente o conhecem sabem o quão sábio Jesus é e quão verdadeiramente Ele pode ser chamado de Sabedoria. Pois Ele está com o Pai e conhece o Pai; Ele tem sabedoria tal que ninguém mais pode ter. “…Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11:27). Ele conhece os aspectos profundos de Deus, porque Ele desceu do Céu trazendo em Seu coração os mais grandiosos segredos de Seu Pai. A Ele, portanto, homens devem ir se desejam ser sábios. E não devemos nós desejar sabedoria? A quem mais podemos ir se não formos a Ele, “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:3)?

Convido-os a admirar o modo de proceder desta rainha quando foi a Salomão.

No texto nos é dito que ela “…veio prová-lo com perguntas difíceis” (1Re 10:1).

Ela queria provar se ele era tão sábio quanto fora levada a crer, e seu modo de provar isso foi por esforçar-se para aprender com ele. Ela lhe propôs perguntas difíceis para que pudesse ser instruída pela sabedoria de Salomão. E se vocês desejam averiguar qual é a sabedoria de Cristo, o modo de saber é sentar-se a Seus pés e dele aprender. Não conheço outro método; este é muito certo e será muito proveitoso e bendito se vocês o adotarem. Ele mesmo disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11:29).

Jesus veio de Deus para ser “a fiel Testemunha” da verdade e, portanto, estamos sujeitos a crer no que Ele diz; e, certamente, jamais apreciaremos plenamente Sua sabedoria a menos que estejamos dispostos a receber Seu testemunho. O salmista diz: “…Provai e vede que o Senhor é bom…” (Sl 34:8), mas neste caso devemos testar e provar que o Senhor é sábio. Há alguns que desprezam essa sabedoria de Cristo, e, se você lhes inquirir, descobrirá que nunca estiveram dispostos a aprender com Ele. Suas próprias palavras são: “…se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3). A sabedoria de Cristo não pode ser conhecida por aqueles que se recusam a ser discípulos, ou seja, aprendizes. Nós devemos aprender dele antes de sermos competentes para julgar se Cristo é sábio ou não; e nunca um discípulo se sentou humildemente a Seus pés, nunca um único, no espírito de uma criança, sentou-se com Maria aos pés do grande Mestre sem ter dito, ao ouvir as graciosas palavras que procediam de Sua boca: “Eis que não me contaram a metade…” (1Re 10:7). “Ó, profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus” (Rm 11:33) que são encontrados nele!

A rainha de Sabá deve também ser admirada nisto: desejando aprender com Salomão, ela lhe fez muitas perguntas — não simplesmente uma ou duas, mas muitas. Algumas pessoas dizem, embora eu não saiba o quão verdadeiro isso seja, que a curiosidade é grandemente aguçada nas mulheres. Creio ter conhecido alguns homens que compartilhavam de grande porcentagem também. Neste caso, entretanto, a curiosidade da mulher era sábia e correta. Foi algo sábio, da parte dela, quando esteve na presença de tal homem de sabedoria, tentar aprender tudo o que podia dele, e, portanto, ela o questionou sobre todo o tipo de coisas. Muito semelhantemente ela trouxe diante dele as dificuldades conectadas a seu governo, vários esquemas relacionados a comércio, os modos de guerra, ou as artes da paz; possivelmente ela falou com ele sobre as feras do campo, os peixes do mar e as aves do ar; mas estou convencido de que ela também falou sobre coisas mais elevadas — as coisas de Deus —, e sou levado a essa conclusão pela expressão no primeiro versículo de meu texto: “Tendo a rainha de Sabá ouvido a fama de Salomão, com respeito ao nome do Senhor, veio prová-lo com perguntas difíceis…” (1Re 10:1). O relato que chegou a ela estava relacionado a Jeová, o Deus de Israel, assim como a Salomão. Então, podemos estar certos de que ela propôs a ele muitas perguntas diferentes concernentes ao estado de seu coração, seu caráter, sua posição atual diante de Deus e seu relacionamento futuro com o Deus de Israel. Perguntas sobre esses pontos não são fáceis de se responder, mas ela teve o cuidado de fazê-las de modo que, quando chegasse à sua casa, não tivesse que dizer: “Gostaria de ter perguntado a Salomão sobre essa questão e então não estaria mais com dúvidas”.

Sermões sobre mulheres da Bíblia

Entre os lançamentos de Charles Spurgeon de Publicações Pão Diário, esse ano o box Sermão sobre Mulheres do Antigo e Novo Testamento é uma novidade extraordinária, com escritos do Príncipe dos pregadores sobre personagens que foram exemplos práticos de generosidade, humildade, rendição e entrega total à obra do Senhor. Os tempos eram outros, mas a consideração de Deus para com as mulheres, continua a mesma para sempre.