Leia Eclesiastes 3:1-8

Houve um tempo em minha vida que um relacionamento com um amigo terminou muito mal. Eu me senti pessoalmente prejudicado por suas ações e, depois de algumas tentativas fracassadas de nos reconciliar, lentamente nos afastamos.

Por muito tempo, orei para que Deus removesse a dor, mas acordava no dia seguinte repassando os eventos na minha cabeça e ainda me sentindo injustiçado. Perguntei a Deus muitas vezes: Quando essa fase vai acabar?

Eu queria que a cura emocional acontecesse da noite para o dia para que eu pudesse seguir em frente com minha vida. Eu queria acelerar esse período aparentemente perturbador e não construtivo de raiva e mágoa e passar para uma temporada mais gratificante e positiva de alegria e leveza. No entanto, Deus tinha outros planos, e o processo demorou muito mais do que ele esperava.

Como aponta o Pregador em Eclesiastes 3: “Tudo tem seu tempo, e tudo debaixo do céu tem sua hora” (v.1), “tempo de matar e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir” (v.3). Apesar de nossa tendência de valorizar uns mais do que outros, não há hierarquia entre os estágios, aparentemente bons ou ruins. Cada um é apropriado e importante em seu próprio tempo (v.11).

Aquelas fases em que parece que tudo está fora de nosso controle são momentos importantes para reconhecer Deus como o Senhor do tempo e aceitar que não podemos entender a plena operação de Seus planos (v.11). Embora vejamos apenas o momento presente, Deus vê tudo. As etapas podem estar passando devagar, mas sabemos que tudo faz parte de uma história coerente que Deus está escrevendo. Em vez de nos determos em nossas dores passadas ou esperanças futuras, podemos colocar nossa confiança em Deus, que é o Senhor da eternidade, e aprender a desfrutar de suas bênçãos no presente (vv.12-13).

Ao me entregar à obra do Senhor, comecei a ver as coisas da perspectiva Dele. Percebi que a raiva, a mágoa e as emoções negativas que eu estava experimentando podiam não ser apenas “ruins”. Com a orientação do Espírito Santo, elas são uma bússola para a autocompreensão, crescimento e transformação. Minhas emoções negativas me levaram aos ídolos, mentiras e medos que eu guardava em meu coração. Meu período de dor tornou-se um tempo de santificação, pois Deus tomou os medos profundos que eu tinha e, pouco a pouco, derrubou cada um, substituindo-os por seu amor e graça.

Deus aproveitou esse tempo para construir meu relacionamento com ele e me ensinou o que significa confiar em sua orientação. Aprendi que Deus é a rocha e a âncora da minha alma (Hebreus 6:19). E, sem tempestades, como saberemos a importância de uma âncora?

Por mais que eu quisesse passar por esta temporada rapidamente, aprendi que leva tempo para curar. Embora ela nunca desejasse uma situação difícil para ninguém, ela nunca iria querer voltar ao que era antes. Meu tempo de raiva e dor me ensinou humildade, paz e paciência. Paciência comigo mesmo; com os demais; com o tempo.

Com Deus, os momentos dolorosos não precisam servir como lembrete do sofrimento que existe neste mundo. Em vez disso, eles podem ser um lembrete e um testemunho de como Deus nos cura, nos conforta e nos provê. No devido tempo, Deus pode reescrever qualquer dor e aflição, passada ou presente, em algo belo.

—Por Jiaming Zen, EUA.

Perguntas para refletir:

Pense na fase em que viveu durante o último ano. Como Deus proveu e abençoou você nisso? 

Reflita em um momento em que você passou por uma temporada difícil. Olhando para trás, onde você vê a mão de Deus durante esse tempo?

Você já foi ferido por um amigo, membro da família ou membro da equipe? Como o amor de Deus em nossas vidas deve responder a tais feridas?

Amar outra pessoa que te machucou resolve imediatamente uma situação? Por que amar outra pessoa que te machuca leva tempo para curar?