Juliana Martimiano, filha amada de um Deus de amor incomparável. Psicóloga, apaixonada pelo fato de poder contribuir para a cura e mudança de inúmeras pessoas. Possui um coração que arde por missões, ama contribuir e participar de ações que possibilitem a expansão do Reino. Serve a Deus na Comunidade Comunhão e Vida onde também é líder de célula. Ama artes como dança e teatro e acredita que são ferramentas poderosas para a evangelização e restauração de jovens. Uma mãe babona e esposa apaixonada, que também defende que Nescau é melhor que Toddy!

  • O que um psicólogo faz e/ou pode fazer?

A psicologia possui inúmeras áreas de atuação, entre elas está o atendimento clínico, a área que eu escolhi. Dentro da psicologia clínica há  especificidades que trabalham com crianças, adolescentes e outras faixas etárias. Logo após a graduação, a maioria dos profissionais de psicologia buscam se inserir em áreas diferentes da psicologia  até encontrarem as que mais se identificam. Foi através de um direcionamento de Deus que escolhi minha área de atuação. Dentro do atendimento clínico percebi um padrão de comportamentos e, todos com questões semelhantes tais como baixa auto-estima, depressão e ansiedade. Foi assim que entendi que o público chegava de acordo com o direcionamento do Senhor e a definição da área em que deveria atuar. Na clínica, o profissional trabalha para identificar dentro da abordagem de atuação, qual é a demanda do paciente, o que para o tratamento e, a partir disso, nas primeiras sessões é elaborado o contato terapêutico. É traçado estratégias de intervenção conforme o avanço do processo terapêutico. 

É importante passar pelo primeiro mês de tratamento, neste período que são identificados os detalhes do paciente, levantados os dados e informações necessárias para cooperar com o tratamento. “É igual academia”, no início não é possível ver os resultados, mas é a base, é necessário passar por essa fase. Dentro da abordagem comportamental existe um início, meio e fim, ou seja, o paciente recebe alta e não longos períodos em tratamento. Ainda assim, muitos pacientes, mesmo após receberem alta, optam por continuar com o tratamento. Entretanto, áreas que tratam o Transtorno do Espectro Autista (TEA) precisam ser trabalhadas durante toda a vida. Estes tratamentos são essenciais por ensinarem o paciente a lidar com o transtorno em diversas etapas da vida. 

Além disso, a psicologia abre um leque enorme, com muitas possibilidades de atuação, como a  Psicologia Hospitalar, Psicologia do Trânsito, Psicomotricidade, Psicologia escolar, Psicopedagogia, Psicologia Jurídica, Psicologia Social e Psicologia Organizacional. 

  1. Como identificou que deveria fazer psicologia? 

Quando eu tinha 15 anos decidi fazer medicina. Como já entendia da parte de Deus que tinha um chamado missionário para minha vida, imaginei que uma das formas de ir para as nações, seria através da medicina. Com o passar dos anos, precisei começar a  trabalhar, ajudar financeiramente em casa e não tinha mais tanta disponibilidade para estudar o suficiente. Foi a partir disso que pensei no que poderia fazer para conseguir combinar o cuidado com as pessoas e que fosse contemplado com meu propósito. 

Foi minha mãe quem viu o curso de psicologia na Faculdade Pequeno Príncipe. O valor era acessível e a família poderia arcar com os custos. Eu sempre fui muito dedicada e entrei para o curso de psicologia. 

Atualmente, a medicina não tem nada a ver com o meu propósito e foi na psicologia em que encontrou o meu lugar na caminhada. Estar ligada com o curso me fez perceber que era isso o que queria fazer. A minha escolha profissional  veio através da migração de uma área para a outra e de uma transformação durante a jornada.

  • Durante sua caminhada na psicologia, houve alguma experiência com Deus que lhe marcou profundamente?

Há pouco tempo, conheci um pastor que me ensinou sobre oração e  sobre ter o compromisso de orar com constância. E assim eu fiz,  todos os dias coloco em prática o que aprendi. Dentro do que aprendi com o pastor, está fazer tudo com excelência para o Senhor, ser uma pessoa melhor, uma mãe melhor, uma profissional melhor. Assim comecei a buscar ser uma terapeuta melhor. Eu orava pelos meus pacientes, pela melhora deles, pelas demandas e  passei a pedir  para que Deus mostrasse coisas que eu não conseguia ver no processo. Foi através destas orações ousadas que meus olhos e ouvidos tornaram-se mais sensíveis ao analisar o caso de cada paciente. Passei a ver e perceber coisas que não via antes e por consequência, entregar um trabalho mais excelente. Ao intensificar as orações, os pacientes tiveram uma melhora e acabei dando alta para vários pacientes. A oração faz avançar aquilo que não podemos fazer. O que não pode ser feito dentro do consultório, pode ser feito dentro de um quarto em oração por um  paciente. A oração do justo pode muito em seus efeitos 

  • Todo psicólogo clínico acaba escolhendo uma abordagem para seguir após se formar na Universidade. Sabemos que essa abordagem será a lente pela qual o psicólogo irá enxergar o mundo, porém no nosso caso, antes da lente da abordagem, temos a lente da palavra de Deus. Como isso aconteceu com você?

No início houve sim um conflito interno. Aprendi sobre outras outras abordagens na faculdade, como a psicanálise, uma abordagem amada por muitos acadêmicos quando começam a conhecer mais a fundo e ver quantas coisas fazem sentido. Meu pai fazia faculdade junto comigo e perguntou para uma professora qual abordagem tinha mais a ver com o cristianismo e  ela respondeu que era a psicanálise. Porém, decidi separar a ciência da psicologia de minhas crenças para que não se tornasse uma espécie de misticismo, para que eu não terminasse por espiritualizar demais as coisas. Acredito que a escolha é individual, então é necessário estudar as abordagens para entender qual faz mais sentido para cada um. Hoje eu sigo a abordagem da psicologia comportamental por geração, que conheci após minha formação acadêmica. Deus é o criador de nossos sentimentos e emoções, Ele nos fez para sentir, a partir disso, acredito que segundo a Bíblia, não tem como separar o cristianismo das abordagens da psicologia.  O Senhor de fato pode usar as diversas abordagens para efetuar curas e restaurações. 

  • Muitas vezes ouvimos que somos seres biopsicossociais, porém sabemos que somos espirituais também. Como esse choque cultural pode acontecer na prática da psicologia? 

O primeiro choque para mim foi quando escolhi  que queria apenas o biopsicossocial, inclusive, meu Trabalho de Conclusão de Curso foi relacionado a isso. Mas de fato não tem como separar as duas coisas. Eu vejo o quanto ambos os aspectos estão presentes em nós. Já foi possível observar o avanço de um tratamento por conta  de uma profunda conexão do paciente com seu lado espiritual. 

A partir de minha escolha de abordagem, entendo que o espiritual é um valor importante. Dentro da terapia, quando a pessoa traz um lado espiritual, é importante também falar sobre isso. Como faz parte de seus valores, eu enquanto psicóloga, auxilio o  paciente por meio de valores compartilhados, porém, quando ele  não compartilha dos mesmos valores, sigo o caminho biopsicossocial, mesmo entendendo que o espiritual vai influenciar.  

Entretanto, como cristã, entendo que ali existe um espírito  e oro pela vida do paciente  para que ele tenha um  encontro pessoal com Cristo e de fato o conheça. Acredito no impacto que uma vida transformada  pode ter dentro da sociedade. Para que uma pessoa cristã  tenha uma mudança de vida genuína, ela vai precisar de aconselhamento pastoral, de psicoterapia e muitas vezes, se tiver algum transtorno como  depressão e  ansiedade, é possível que também necessite de medicação. Isto não faz Deus menos Deus. Se quebramos a perna,  vamos ao médico, não temos essa preocupação de Deus ser menos Deus ao fazê-lo. Ele colocou pessoas qualificadas para nos auxiliarem e de fato age através delas. 

  • O que fazer para que sua profissão seja um ato para a glória de Deus?

É preciso entender que não existe uma divisão. Antes eu via  no curso de psicologia uma grande separação entre a ciência e as coisas de Deus. Hoje vejo  que na verdade não há separação alguma, pois uma vida tem corpo, alma e espírito. Dentro da psicologia consigo trabalhar comportamento, habilidades sociais e  tudo isso através da ciência, mas muitas coisas que estão ocultas, que não são possíveis de enxergar, só são atingidas através da oração e de uma vida de intimidade com o Espírito Santo. É através dele que muitas vezes dentro do consultório surgem perguntas sobre isso. Outras profissões podem fazer muito mais, e dentro da limitação que tenho , sempre  estarei tentando fazer o meu melhor e ir além. Através de minha dedicação e excelência no consultório e da oração, consigo trazer a glória de Deus dentro da profissão.

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