Todo louvor seja a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais nos domínios celestiais. Efésios 1:3

“Eu sou uma artista. Sou diferente. Sou excêntrica. Sou fascinante; a pessoa mais interessante que você já conheceu”. É embaraçoso até escrever essas coisas agora, mas sendo bem honesta, tentei desesperadamente retratar essa identidade enquanto era adolescente. Trajei roupas pretas, tingi o meu cabelo de preto e tentei agir de forma inteligente e misteriosa. Queria que o meu olhar e os meus maneirismos sinalizassem gigantescamente o meu inatingível nível de frieza. “Isto é quem eu sou!”.

No fundo, porém, eu sabia que não era tudo aquilo. Eu era uma artista, mas não era realmente misteriosa ou superlegal. Minhas dúvidas a respeito de mim mesma me paralisavam e eu era profundamente infeliz. Escondia-me atrás de uma imagem que eu tinha criado — a minha identidade pública — esperando me tornar a pessoa que eu desejava ser. Era uma forma desesperadamente insegura e cansativa de viver.

Foi então, no meio dessa minha busca por identidade, que conheci Jesus e entreguei a Ele o controle da minha vida. Mas, na verdade, nunca esperei que o encontrar me libertaria para ser eu mesma.

Depois de perdoar os nossos pecados, parece que Deus passa o restante de nossa vida libertando-nos de todas as outras pequenas prisões que fizemos para nós mesmos, como o exemplo da prisão da minha falsa identidade. O Senhor me mostrou que as minhas atitudes de me esconder atrás da minha imagem pública pareciam tentativas de colocar cartazes publicitários por todas as janelas da minha vida. As pessoas visualizavam os posters, mas esses mesmos cartazes bloqueavam a luz interior. Ao esconder-me atrás desta persona “artista superlegal”, eu bloqueava a luz de Jesus! Se eu quisesse que as pessoas o vissem em mim, precisaria me desfazer dos tais “cartazes”. Mas sejamos honestos: uma imagem legal proporciona muita segurança. A ideia de estar sem ela era aterrorizante!

Aqueles posters eram o meu esconderijo; o refúgio onde eu me sentia segura. Mas o Salmo 32:7 descreve algo ainda melhor! Diz o seguinte sobre Deus: “Pois és meu esconderijo; tu me guardas…”. Em vez de me proteger temerosamente num refúgio feito por mim mesma, Deus quer ser a minha segurança!

No Novo Testamento, Paulo aprofunda-se sobre essa imagem de refúgio: “Pensem nas coisas do alto, e não nas coisas da terra. Pois vocês morreram para esta vida, e agora sua verdadeira vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3:2-3).

Como cristãos, a nossa vida está de fato escondida seguramente em Jesus. Encontrar a nossa segurança e refúgio em Jesus nos liberta da busca infrutífera de encontrar e propagandear a nossa autoidentidade em constante mudança. Sendo assim, a nossa vida, embora imperfeita e confusa, pode proclamar a Cristo.

Constatar que eu estava escondida em Cristo iniciou um processo de transformação na forma como eu me via. Trataremos sobre isso nestes textos: investiremos tempo para refletir sobre a liberdade e segurança de encontrar a nossa identidade em Cristo.

Paulo descreve as bênçãos e a alegria de estar “em Cristo” no capítulo inicial de Efésios. Neste mês, à medida que considerarmos algumas das declarações que o apóstolo faz nesse capítulo, veremos que estar em Cristo nos dá um fundamento inabalável para a nossa identidade (lição 2), um propósito novo e diário (lição 3), a oportunidade de sermos mais como somos do que jamais poderíamos ter sido por nós mesmos (lição 4), e uma família eterna de cristãos que compartilham conosco todas essas maravilhosas características (lição 5).

Quando tomarmos a decisão de deixar de lado as aparências, outros verão quem realmente somos: pessoas imperfeitas, transformadas pela graça. Em nós, eles verão Jesus.

DEBBI FRALICK — palestrante na Conferência Bíblica Feminina e colaboradora do Pão Diário no Reino Unido/Europa

Reflexão:

  1. Em quais circunstâncias torna-se possível esconder quem você é?
  2. Como você descreveria a liberdade que encontramos quando estamos escondidos em Cristo?
  3. Quando você percebe que o seu sentido de identidade está mais ameaçado?
  4. Como você e as pessoas próximas a você podem encorajar-se mutuamente a serem mais vulneráveis e abertos uns aos outros?
  5. Quais poderiam ser os benefícios dessa disposição em compartilhar honestamente a respeito da sua caminhada com Cristo?