O Reino de Deus e a ressurreição de Jesus

Este estudo traz a comparação entre dois textos: um sobre o Reino de Deus e o outro sobre a ressurreição de Jesus. O propósito é levá-lo a refletir sobre alguns dos efeitos da ressurreição de Jesus no Reino de Deus.

Falando sobre o assunto

Primeiramente, faz-se necessário contextualizar esses textos. Romanos 14 e 1 Coríntios 8 referem-se ao dever de não se fazer julgamentos quanto às coisas puras e/ou impuras, por se tratar de uma questão de consciência não essencial. Elas podem ser capazes de fazer o outro tropeçar. Assim, o melhor é que não tornemos nossas atitudes escandalosas aos demais, mas sim agir a favor da paz e da edificação mútua. Em síntese, esses Romanos 14 e 1 Coríntios 8 advertem que nossas atitudes são capazes de prejudicar a fé de outras pessoas.

Para melhor compreensão, veja o comentário de C. Marvin Pate em seu livro Romanos (Ed. Vida Nova, 2015): “O que realmente importa diante de Deus não é o que se como ou o que se bebe, mas o Reino de Deus. Anteriormente vimos Paulo utilizar a tradição a respeito de Jesus para tratar da chegada do Reino de Deus. O Reino de Deus é o governo de Deus no coração de Seu povo. Ele é o rei, e o povo, Seus súditos. Portanto, o Reino de Deus implica servir a Ele e aos outros — nesse caso, servir ao fraco na fé por meio da imposição de limites à própria liberdade. É isso que agrada a Deus e aos outros. Paulo utiliza três substantivos para caracterizar as bênçãos do Reino de Deus, todas procedentes do Espírito Santo. A justiça se refere à justiça de Deus imputada ao pecador por meio da fé em Cristo, a qual produz paz com Deus e alegria escatológica. O Espírito é quem une o crente a Cristo e a sua justiça. Portanto, justiça, paz e alegria no Espírito são bênçãos da nova aliança”.

João narra a aparição de Jesus aos Seus discípulos após Sua ressurreição (JOÃO 20:19-23). Antes de seguirmos às questões, destaco o que há em comum entre os textos vistos:

Justiça — Jesus cumpriu Sua missão e nos justificou. Já não há mais condenação sobre nós e temos livre acesso ao Pai. Fomos justificados por Cristo.

Paz — Jesus, mesmo sabendo de nossos medos e culpas, não mais nos condena. Pelo contrário, oferece-nos paz.

Alegria — Contemplar Jesus e estar com Ele significa ter alegria. Em toda Bíblia, vemos palavras de encorajamento e júbilo, não de tristeza. Jesus significa alegria, mesmo em meio às tribulações, pois Ele é a nossa esperança em cada uma delas.

Espírito Santo — se não fosse o Espírito Santo em nós, não poderíamos permanecer na alegre presença de Jesus. É o Espírito Santo quem testifica em nós o poder de Deus e o efeito da ressurreição de Jesus, e também da nossa, no futuro. (Salvação é uma ação da Trindade.)

Responsabilidade — Somos, também, responsáveis diante das demais pessoas.

Questões para debate

1. O que significa a justiça em Jesus?
2. De que maneira você tem usufruído da paz oferecida por Jesus?
3. Temos sido instrumentos de justiça, paz e alegria? Se não, o que tem nos impedido?

Oração

Pai de amor, agradecemos por tanto amor revelado nas Tuas ações que acabamos de ler. Constrangedor é perceber o quão ingratos somos pela vida justificada, alegre e cheia de paz com a qual nos presenteia. Tudo o que queremos é suplicar o Teu perdão por tamanha ingratidão, e também, pedir-te que nos ensines a viver de tal forma que nos conscientizemos da justiça, da alegria e da paz que tu nos concedes em Jesus. Ajuda-nos a lembrar constantemente que o Espírito Santo é nosso consolador, Aquele que habita em nós, e por já sermos justificados por ti, Ele nos enche de alegria e paz. Deus, é tudo tão simples quando lemos Tua Palavra. Somente ensina-nos a descomplicar o que nós mesmos complicamos. Pai, desejamos fazer o Teu Reino conhecido a todos. Usa-nos, portanto, como instrumentos da Tua justiça, alegria, paz e amor.

Bruna Willemann
Direito UFPR — Dir eito com Deus