Jesus e a ovelha perdida

O Bom Pastor realizou tudo o que era necessário para a salvação do rebanho que Seu Pai entregou em Suas mãos. Amados, tenhamos coragem. Por mais perdidos que sejamos, Cristo veio para nos salvar. Ele chegou ao lugar de nossa ruína e lamento. Sua vinda e busca não serão em vão. Irmãos e irmãs, quanto devemos valorizar a alma dos homens quando Jesus, por amor a eles, se torna homem e vem a esse mundo pecaminoso, entre nossa raça culpada, para que possa realizar a salvação do perdido!

O Filho do Homem não o menosprezou, pois, “veio buscar e salvar o perdido”. O Senhor Jesus salvou por Seu gracioso poder muitas almas que estavam tão destruídas a ponto de estarem perdidas para si mesmas, perdidas para Deus, perdidas para seu povo, perdidas para qualquer coisa semelhante à esperança e santidade. Ele valoriza cada uma delas.

Percebam no começo, que, por amor àqueles que estão perdidos, nosso Senhor assume um caráter especial. O décimo primeiro versículo diz assim: “Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido”. A fim de redimir os homens, o Filho do Altíssimo se tornou “o Filho do Homem”. Ele nasceu da virgem e, por nascimento, herdou as inocentes enfermidades de nossa natureza e suportou os sofrimentos incidentes dessas enfermidades. Depois, também tomou sobre si nosso pecado e suas punições, e assim morreu na cruz. Em todos os pontos, Ele foi feito como Seus irmãos. Não poderia ser o pastor dos homens sem se tornar como eles, portanto a Palavra condescendeu em se tornar carne. Contemplem o estupendo milagre da encarnação!

Em seguida, para demonstrar o quanto Jesus valoriza uma alma perdida, Ele descende de forma maravilhosa. “O Filho do Homem veio”. Ele sempre fora conhecido como “Aquele que virá”. Mas, quanto à salvação dos perdidos, Ele realmente chegou. Para a salvação, nosso Salvador já é chegado. Deixando a assembleia dos perfeitos, veio para cá como amigo de publicanos e pecadores. De ser o Senhor dos anjos, Ele se inclinou para se tornar “homem de dores e que sabe o que é padecer”. Sim, Ele veio, e não foi em vão!

O Bom Pastor realizou tudo o que era necessário para a salvação do rebanho que Seu Pai entregou em Suas mãos. Amados, tenhamos coragem. Por mais perdidos que sejamos, Cristo veio para nos salvar. Ele chegou ao lugar de nossa ruína e lamento. Sua vinda e busca não serão em vão. Irmãos e irmãs, quanto devemos valorizar a alma dos homens quando Jesus, por amor a eles, se torna homem e vem a esse mundo pecaminoso, entre nossa raça culpada, para que possa realizar a salvação do perdido!

Observe na parábola — porque é uma parábola, embora bem curta — que vemos o pastor abandonando os mais ditosos confortos. Ele se sentia em casa com Seu rebanho apegado e fiel. Essas ovelhas não haviam se desviado e se reuniam em torno dele. Ele as alimentava e tinha nelas prazer. Sempre há muito trabalho com as ovelhas, elas têm muitas doenças, fraquezas e necessidades. Todavia, quando se tem um rebanho apegado, afeiçoado ao dono, este se sente em casa com elas. Assim, o Grande Pastor se descreve como deixando as 99, Seu rebanho escolhido — as ovelhas que tinham comunhão com Ele e Ele com elas. Sim! Ele deixa aquelas em quem tem prazer a fim de buscar aquela que lhe causou sofrimento.

O coração de meu Mestre é cheio de cuidado por todos os que o amam. Ele tem seus nomes gravados nas joias do Seu peitoral sacerdotal. Contudo, Seu coração está sempre indo adiante e longe, atrás daqueles que ainda não lhe foram trazidos. E após aqueles que uma vez estiveram em Seu rebanho, mas que se afastaram e o deixaram. Ele deixa os felizes e santos e dá sua maior atenção ao perdido. Nosso Senhor sai para buscá-lo. Não é meramente um envio de pensamentos positivos — é uma marcha adiante em poder. Sua graça divina está indo adiante, creio, neste dia, para além da companhia a quem Ele chamou por Sua graça em direção àquelas outras ovelhas que ainda não estão em Seu rebanho, a quem Ele também deve trazer. Jesus não deseja que Sua Igreja empregue todo o seu cuidado ao rebanho que Ele já conduziu para dentro dos pastos verdejantes da Igreja, mas deseja que ela vá em busca daqueles que ainda não estão em sua abençoada sociedade.

Não erre aqui. Não suponha que nosso Senhor ama aquela única alma vagueante mais do que as 99 que foram preservadas por Sua graça de se desviarem. Ó, não! Ele pensa 99 vezes mais nas 99 do que naquela única, pois Suas ovelhas são, cada uma, igualmente preciosas para Ele. Você verá o significado da passagem por meio de uma ilustração de sua própria experiência. Você tem uma família e ama todos os seus filhos de forma semelhante, mas o pequeno Johnny está muito adoentado. Ele tem febre e corre risco de morte. Neste momento, você pensa mais nele do que nos demais. Ele se recupera, e você o traz escada abaixo em seu colo, e assim este é o filho mais querido de todo o conjunto. Agora ele é muito mais valorizado do que seus irmãos e irmãs, mas o fato de que ele estava tão doente e era provável que morresse foi o que lhe trouxe mais à memória e lhe causou mais ansiedade. Portanto, você tem mais alegria nele por causa de sua recuperação.

As grandes profundezas do amor de Cristo por todo Seu rebanho são as mesmas, mas, às vezes, na superfície há uma tempestade santa de alegria quando qualquer deles foi recentemente restaurado depois de perambular. Entenda a razão dessa expansiva alegria. A andarilha causou grande sofrimento. Quando a andarilha volta, sentimos uma nova alegria nela. Proporcional ao pesar que sentimos sobre o vagueante é a alegria manifestada quando ele é restaurado. A intensidade do alívio é igual ao peso da apreensão. O pastor também exercitou grande labor sobre a perdida. Partiu por entre as montanhas para encontrar Sua ovelha. Contudo, agora, Seu labor está plenamente recompensado, visto que achou a perdida. Ele não se lembra mais de Sua jornada e da labuta por causa da alegria de ter a ovelha salva. Ademais, nesta ovelha recém-restaurada há marcas da salvação que causam júbilo. Ela estava lacerada pelos espinheiros, porém agora descansa. Vejam-na deitada sobre a tenra grama! Estava exausta e quase morta pelas perambulações. Todavia, agora, como está feliz na presença do pastor! Quão próximo ela se mantém dos passos de seu pastor! Tudo isso faz a alegria dele!

Podemos entender esse texto como nossa garantia missionária pessoal. Hoje, somos convocados a pensar sobre missões. E, como considero inútil pregar sobre missões num estilo rebuscado, propus-me a falar algo comum, mas prático. Irmãos, todos nós devemos ser missionários por Cristo, e o texto apresenta uma justificativa para cada um trabalhar com afinco como ganhador de alma. Então, o que deveremos fazer para imitar nosso Senhor? A resposta é: iremos atrás daquela única alma!

Rogo-lhes: assim como o Grande Pastor sai atrás de uma ovelha, não pensem que se diminuirão ao buscar um pobre homem, ou mulher, ou criança. Mas faça-o agora. Ouçam novamente: que esse indivíduo seja alguém que está bem fora do caminho. Tentem e pensem em alguém que se afastou gravemente. Pode ser que haja alguém em sua família, ou que conheceu no decurso de uma negociação. Vocês gostariam de escolher um caso em que há esperança para que possam sentir certeza do sucesso. Tomem outro curso desta vez: busque aquela que está se afastando e parece sem esperança. Sigam o exemplo de seu Senhor e procurem aquele que é menos provável de ser encontrado. Vocês tentarão esse plano? Se não, vocês estarão abandonando o caminho de seu Senhor.

Sermões de Spurgeon sobre as parábolas

Artigo retirado de trecho do livro

Sermões de Spurgeon sobre as parábolas

Artigo retirado de trecho do livro

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