Meu marido e eu voltamos a morar nos Estados Unidos em 1980, depois de quase duas décadas de trabalho missionários no exterior. Uma das primeiras coisas que me surpreendeu quando nos estabelecemos na versão americana da comunidade cristã foi a forte ênfase no discipulado. Parecia que cada cristão que conhecíamos estava ou discipulando um novo convertido ou sendo discipulado por um cristão mais maduro na fé.
As mulheres mais novas se aproximavam de mim e requisitavam que eu as discipulasse. Os pedidos que faziam davam a sensação de algo programado, combinado de antemão. Eu detestava admitir, mas não tinha ideia do que deveria fazer. Então, eu ouvia, fazia perguntas e lia livros. Descobri uma explosão de literatura sobre como discipular e ser discipulado. Muito do que descobri, no entanto, era dirigido por fórmulas: faça estas cinco coisas nesta ordem e você automaticamente será o cristão maduro que Deus deseja. Pareciam perfeitas e eficientes; e nós gostamos das coisas desta maneira. Se pudermos reduzir um processo a uma fórmula (preferencialmente uma que use o som de sílabas ou formem siglas), conseguiremos nos convencer de que temos este processo sob controle. […]
Para aprender a cozinhar bem, começamos seguindo cuidadosamente fórmulas (receitas). À medida que nos tornamos mais habilidosas, podemos alterar as fórmulas de acordo com nosso próprio gosto. Mas, quer tenhamos cinco livros de receita bem usados abertos na bancada, toda vez em que preparamos uma refeição, quer desenvolvemos experiências de culinária acumuladas ao longo dos anos, estamos combinando certos ingredientes em certas proporções de certa maneira. Estamos usando fórmulas. Bons e maus cozinheiros usam fórmulas do mesmo jeito. Eles simplesmente diferem nas fórmulas que usam ou no jeito de usá-las.
Discipular é igual cozinhar? Será que eu posso ter a garantia de que, se combinar certos ingredientes (participar de um grupo de estudos bíblicos, passar determinada quantidade de tempo em oração diária, frequentar três cultos por semana, testemunhar para não-cristãos em determinados horários) em certas proporções e de certa maneira, serei uma cristã madura?
Para encontrar essa resposta, decidi seguir Jesus Cristo pelos quatro evangelhos e observar o que o Mestre em discipular disse àqueles que o seguiam como discípulos. Descobri que Seu contato com homens e mulheres parecia não seguir qualquer fórmula especial. […] Jamais parecia aproximar-se das pessoas da mesma maneira duas vezes. Ele adaptava Seu método às necessidades únicas de cada pessoa. […] Jesus saiu de Seu percurso para encontrar uma mulher samaritana apreensiva ao iniciar uma conversa que a levaria e a muitos de seu vilarejo à fé. Ele também se distanciou de Sua mãe para levá-la a um relacionamento diferente com Ele. […] Às vezes, Ele falava por parábolas àqueles que buscavam respostas; outras vezes, respondia a perguntas que as pessoas nem tinham feito.
Programas de discipulado padronizados lembram-me da quase impossibilidade de duas mulheres – uma manequim 42 e a outra 52 – compartilhando o mesmo vestido tamanho 46. […] Nenhuma de nós é igual à outra. Não apenas temos alturas, pesos e cores de cabelo diferentes, mas nos diferenciamos em interesses, dons e habilidades. Assim como Jesus moldava Sua reação aos indivíduos com base nas necessidades específicas de cada um, assim aprendemos a seguir o Mestre como discípulas com suas individualidades. […]
À medida que nos evangelhos eu via Jesus estender Sua mão e tocar mulheres e homens individualmente, descobria que Deus sempre trabalha com originais, não com cópias. Quem poderia duvidar da originalidade de Maria Madalena ou de Marta e de sua irmã Maria? […]
A lista de requisitos para discípulos é intimidadora. Parece que Jesus elevou mais o padrão do que qualquer uma de nós poderia alcançar. Não apenas devemos ser fiéis aos Seus ensinamentos, amar uns aos outros e dar muito fruto, mas também devemos abrir mão de tudo, carregar nossa cruz e colocar todos os relacionamentos humanos em segundo lugar para seguir a Jesus. Não é de se admirar que “… muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele”( João 6:66).
Esta é apenas uma reflexão que você encontrará no livro A mulher a quem Jesus ensina, de Alice Mathews

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