Por trás do rosto sorridente de tantas novas mamães está uma mulher que, de repente, perdeu um pouco do senso de si mesma. Muitas mães de crianças pequenas se sentem sozinhas, isoladas e confusas sobre o seu novo papel. Elas têm um forte desejo de terem suas histórias conhecidas e de se sentirem amadas. 

Como mulheres e mães, é fácil definir-nos em vários papéis — você é mãe durante todo o dia, às vezes tão mãe que pode se esquecer de que também é uma mulher. E você também pode ter o papel de esposa, irmã, filha, funcionária, voluntária, vizinha, amiga e muitos outros mais. Enquanto você pode sentir-se definida ou até mesmo presa por muitos papéis, em algum lugar lá dentro de você, você é você — a sua identidade é fundamental, mais ainda do que todos os papéis que você possa assumir. 

Pode parecer ilógico que apesar de estarmos rodeadas por nossos filhos todos os dias, o dia todo, possamos nos sentir isoladas e solitárias, mas é assim que, muitas vezes nos sentimos. Vemo-nos presas aos desafios de servir às aparentes infinitas necessidades e desejos de nossos filhos e nos esquecemos de que temos mente, coração e alma que também precisam ser nutridas. A leitura do livro de Salmos ajudará você a compreender esses lados da sua vida como mulher e como mãe. Os salmos nos permitem perceber que, embora as pessoas retratadas neles sejam tão diferentes de nós, ainda assim têm conosco tantas semelhanças — em sua humanidade completa, quebrantada e maravilhosa. E em sua busca para entender o que isso significa, nós os vemos buscando entender Deus — e sua missão em Seu mundo. Isso nos recorda de que precisamos ser cuidadas, e de que nosso Pai celestial anseia por ser aquele que fará isso por nós e em nós.

Compreendendo que a leitura de Salmos pode trazer esse conforto e resposta para sua alma, faremos a leitura de um dos devocionais presentes no livro “Conhecida e amada” de Caryn Rivadeneira. 

Devocional: Você é ouvida – Salmo 6:6-9

“Estou cansado de tanto gemer; todas as noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago. Meus olhos, de mágoa, se acham amortecidos, envelhecem por causa de todos os meus adversários. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade, porque o Senhor ouviu a voz do meu lamento; o Senhor ouviu a minha súplica; o Senhor acolhe a minha oração.”

Passei a acreditar que ser mãe é se acostumar a não ser ouvida. Quer seja quando chamam a família para a mesa ou fazem uma pergunta à criança que assiste um desenho, as mães se acostumam a ser ignoradas e a imaginar se estão realmente dizendo algo que importe. Sei que muitas vezes em que gritei com meus filhos foi fruto da frustração de não ser ouvida. 

E este sentimento de “não ser ouvida” se estende para além das paredes de nossas casas. Minhas amigas que são mães e eu conversamos inúmeras vezes sobre como parece que, desde que nos tornamos mães, parte da “crise de identidade” que enfrentamos estava ligada à sensação de que ninguém nos ouvia — ou se importava — com o que dizíamos. Muito frequentemente, parece que poucas pessoas estão interessadas em ouvir o que as mães têm a dizer, a menos que seja sobre nossa marca preferida de manteiga ou de sabão em pó.

Este sentimento é terrível. Ele nos faz até questionar se merecemos ser ouvidas, se o que temos a dizer realmente importa. 

Minha amiga Maria se convenceu de que o que dizia não era importante. Com a balbúrdia da vida familiar e os clamores do mundo, a voz dela sempre ficava abafada. E ninguém sentiria falta de sua voz. Imaginava que enquanto estivesse por perto para fazer o café da manhã, o almoço, e jantar, e disponível para abraçar seus filhos quando eles chorassem, para limpar a casa, e dar conta do trabalho no berçário da igreja, nada do que ela dissesse realmente importava. 

Quando o médico a diagnosticou com depressão e a orientou a fazer terapia, esta “falta de voz” foi a primeira coisa que Maria contou ao terapeuta. Não ser ouvida tem severas consequências. 

Mas aqui está a espantosa realidade: mesmo que nossas crianças possam nos ignorar e que o mundo talvez não nos ouça tanto quanto desejaríamos, o Senhor nos ouve. O Deus Altíssimo ouve cada palavra nossa. E quer sejam nossas queixas e clamores por auxílio, como escreve o salmista, ou nossa fala incoerente sobre nosso dia a dia, Ele se importa com o que temos a dizer. O Senhor “acolhe” nossas orações, como diz o Salmo 6:9. Surpreendente acolhimento da nossa contrição. 

De fato, foi esta passagem que veio ao encontro de minha amiga Maria. O terapeuta dela — que é cristão — lhe deu, para reflexão, algumas passagens que falam sobre Deus ouvir Seu povo. O Salmo 6:6 lhe falou diretamente pelo fato de ela estar desesperada quando se achegou ao Senhor. Ouvir que Deus não apenas ouvia seu lamento mas aceitava o que quer que tivesse a dizer, mudou toda sua atitude. 

Mesmo que isto não tenha curado sua depressão, ajudou Maria a entender que Deus a ouve e aceita o que ela tiver para dizer, e assim deveriam fazer os outros. Ela ficou mais confiante para se expressar — parou de falar baixinho e passou a falar com segurança — presumindo que os outros iriam ouvir o que ela tinha a dizer. E isto fez enorme diferença.

Oração: Deus, obrigada por me ouvires quando clamo a ti. E obrigada por não somente escutar minhas orações e ações de graça, mas por me ouvires quando estou chorosa, frustrada ou brava. Ajuda-me a te ouvir.

Mãe, você é uma mulher valiosa demais para Deus, conhecida e muita amada por Ele.

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