Motivações que matam

Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Mateus 25:24,25 (ARC)

Na confissão do terceiro servo se encontra uma das razões da falta de prosperidade em muitos ministérios. O senhor não negou que era um homem que ceifava onde não havia semeado, nem tampouco que juntava onde não havia espalhado.

No entanto, estas características, longe de inspirar o servo, infundiram-lhe medo ao ver no seu senhor as marcas de um homem duro. Essa visão errada o fez fracassar.

O medo não inspira, nem nos motiva a assumir riscos. O medo paralisa. Quando o temor se apodera dos nossos corações, as coisas ao redor deixam de ser vistas na perspectiva exata e nos parecem intransponíveis. Pensamos que qualquer passo que dermos nos levará ao fracasso e, por isso, nada fazemos. Esse servo, convencido de que seu amo era um homem duro, temeu mais o castigo do que a possibilidade de fracassar em seu propósito de fazer um bom investimento.

Creio que muitas vezes procuramos despertar nosso povo usando o medo ou a culpa. Dizemos a eles que se não assumirem a responsabilidade por este ou aquele ministério, ninguém mais o fará. Acabam por aceitar a tarefa sem profunda convicção de que essa era a vontade de Deus para suas vidas. Esse ministério está fadado a fracassar desde o primeiro momento. A pessoa não iniciou com uma motivação correta e suas ações irão evidenciar isso a cada passo que der.

A certeza de sermos amados pelo nosso Pai celestial é a única coisa que pode verdadeiramente nos motivar na realização de um ministério saudável. Ao nos movermos em Seu amor, podemos assumir os riscos de investimentos que podem fracassar, porque sabemos que não estamos progredindo baseados na qualidade das nossas conquistas. Avançamos nos projetos que temos, confiados no amor que nos guiará e nos amparará em nossas realizações!

Observe o modo como se deu a transição de uma vida secreta para uma vida pública, no ministério de Jesus. Ao sair da água, ouviu-se uma voz do céu dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17). Antes de começar a tarefa que lhe fora designado realizar, o Pai declarou Seu amor incondicional ao Filho. Todos os questionamentos, as dificuldades e ainda as traições que teria no futuro, não anulariam a força dessa relação entre o Pai e o Filho. Como, então, não se sentir livre para avançar confiadamente no caminho que lhe tinha sido traçado!

Para pensar:

Que coisas o motivam a servir o Senhor? Você consegue despertar o povo com quem trabalha? O que faz para saibam que continuará a amar e a ampará-los mesmo que fracassem?

–Christopher Shaw (Meditação 16 de fevereiro)