Crianças do Reino — o desafio da criação nos caminhos do Senhor

Preparamos com muito carinho uma entrevista com a jornalista Melina Pockrandt, do blog Maternidade Simples. Mãe de duas meninas, Melina fala sobre como podemos criar nossos pequeninos nos caminhos do Senhor e quais são os maiores desafios para que isso aconteça. Confira:

– Sabemos que as crianças aprendem tudo muito rápido, principalmente hoje em dia com tantos estímulos visuais, tecnológicos e afins. Qual é a importância, então, de ensinar aos filhos os valores e princípios bíblicos desde a primeira infância?

 Estudos da neurociência já mostraram que o cérebro não nasce pronto. Ele está em formação, e o processo se completa só por volta dos 25 anos. Porém, os estudos apontam também que os sete primeiros anos de vida são os mais propícios para ensinar qualquer coisa ao ser humano, devido à facilidade de absorver as informações e também criar novas conexões neurais, sejam elas relacionadas a hábitos ou habilidades socioemocionais. É também nesse período que os especialistas afirmam que se forma a base da personalidade da criança — ou seja, seu conjunto de características psicológicas, seus valores, seus princípios de pensamento e ação. Em outras palavras, o que ensinamos para nossos filhos nos primeiros anos de vida se torna fundamento de ações, comportamentos e ideias. Não podemos esquecer que não estaremos presentes em todos os momentos da vida da criança. Precisamos ter certeza de que elas, cedo ou tarde, terão conhecimento e experiência para, em um momento de decisão, tomarem sempre o melhor caminho! É nesses primeiros anos que podemos oferecer essas informações, conhecimentos e experiências. Não é de se estranhar que o Criador de todas as coisas e Conhecedor do funcionamento do cérebro humano nos deu a dica: ensina a criança no caminho em que deve andar e quando crescer não se desviará dele (Provérbios 22:6)!

 – A responsabilidade de educar pequenos cidadãos é grande e não é uma tarefa fácil. Para você, quais são as maiores dificuldades que os pais têm enfrentado na criação dos filhos dentro dos princípios de Jesus?

 Acredito que a contracultura do Reino de Deus é desafiadora em todas as etapas da vida — inclusive a adulta. Porém, nós já entendemos os conceitos de se mover pelo que é eterno, temos experiências pessoais com Deus que fortalecem a nossa fé quando precisamos obedecer, mesmo com dano próprio, e carregamos uma longa bagagem da Palavra em nosso coração. A criança está aprendendo a posicionar-se dentro dos princípios do Reino de Deus mesmo quando todo mundo faz o contrário — e ela faz isso porque nós, pais, estamos ensinando o que é fundamentalmente certo. Aos poucos, as crianças vão tendo sua experiência pessoal com Deus e fortalecendo a sua fé, o que torna esse posicionamento mais fácil. Mas até lá nós estamos ensinando-as a responderem o mal com o bem — quando todo mundo revida; a não assistirem determinados programas de televisão e YouTube — quando todos os colegas assistem; a não falarem palavrão ou mal dos outros — quando desde maledicência a linguajar torpe rolam solto na sala de aula; entre outros exemplos. Na minha opinião, esse é o maior desafio dos pais: conseguir ensinar — pelo exemplo e pela Palavra — os filhos a manterem uma posição completamente contrária ao que é comum dentro da sociedade atual, mas que é o padrão do Reino dos Céus.

 – Muitas crianças não cresceram ouvindo os ensinamentos de Jesus desde pequenas. Quais estratégias você acha interessante usar para reeducar essas crianças que, até então, não tiveram contato com os princípios cristãos?

 Eu conheci Jesus já adolescente e acredito que a diferença na minha vida veio pelo próprio agir do Espírito Santo. Alguns dos primeiros ensinamentos sobre perdão, santidade nos relacionamentos e linguajar torpe que eu recebi foram do próprio Espírito em meu momento de oração, aos 14 e 15 anos. Então, em primeiro lugar, precisamos orar e pedir que o Espírito Santo fale com nossos filhos e proporcione a eles experiências pessoais, do jeitinho que eles precisam e da maneira que eles vão entender. É Ele que sabe quais são as dúvidas que se passam no coração dos nossos filhos e é só Ele que pode fazer uma obra transformadora. Para isso, entretanto, também acredito no oferecer ferramentas e criar um bom depósito a ser usado pelo Espírito: ler a Bíblia com as crianças e ensiná-las a lerem a Bíblia, ensiná-las a fazerem (ou mesmo fazer junto) devocional próprio para a idade, oferecer livros cristãos (e também filmes e séries que promovam bons valores), levar a criança à igreja nos cultos e em programações específicas, contar testemunho do que Deus tem feito na vida da família e dos pais… Enfim, fortalecer a fé da criança envolvendo-a em ambientes com a presença do Espírito Santo.

 – Temos vivido em uma sociedade que, infelizmente, tem perdido muitos valores essenciais. Para você, qual a importância dos pais serem um referencial de bons princípios para as crianças?

Somos o grande exemplo de tudo que queremos ensinar para as crianças! As nossas atitudes devem refletir aquilo que falamos de maneira constante e clara. Isso porque, quando as crianças enfrentarem um conflito em alguma situação que confronte valores e princípios que elas têm aprendido em casa, terão um referencial prático — e não só teórico — a seguir. Além disso, elas saberão para quem perguntar em caso de dúvida. E, principalmente, verão que seguir esses princípios vale a pena, pois terão o testemunho vivo em casa de que essa vida verdadeira com Deus “funciona”. Não existe ensino eficaz apenas pela fala; é necessário exemplo sempre!

 – O envolvimento com a comunidade local é essencial para o crescimento do cristão. Então, qual a importância de envolver a criança desde cedo nas atividades sociais da igreja?

Envolver as crianças na atividade da igreja tem vários benefícios, a começar pelo senso de pertencimento e identidade familiar. A criança entende que ela faz parte da família e, se a família se envolve nas atividades da igreja, ela também se envolve! Acredito que eventualmente podemos contar com avós e tios para deixar as crianças aos cuidados deles quando temos algumas programações, mas essa deve ser a exceção e não a regra. Os filhos amam estar com seus pais e fazer parte daquilo que é importante para família.

Outro aspecto importante é que você não pode falar para a criança que estar na igreja é importante se você não mostrar isso com suas atitudes. Se amamos o Corpo de Cristo, os irmãos da fé, a casa de Deus de verdade, queremos estar lá! Mas, se qualquer motivo é pretexto para não irmos ou para chegarmos atrasados, passamos a mensagem de que a igreja pode ficar em segundo plano. Se éramos relapsos com os compromissos da igreja antes dos filhos, por amor à vida cristã deles, devemos mudar o quanto antes. É só vivendo intensamente e com paixão pelo Reino de Deus que criaremos filhos apaixonados e intensos por Jesus!

Por fim, não podemos esquecer que a igreja é o lugar da reunião do Corpo de Cristo e é onde acontece a manifestação do poder de Deus de maneira diferenciada. Sim, temos experiências com Deus sozinhos, mas o Senhor tem algo especial reservado para quando seus filhos se reúnem. E nós precisamos expor nossas crianças ao ambiente e à atmosfera da manifestação do Espírito Santo. Deus tem reservado ali experiências especiais aos nossos filhos. Não os levar para “poupá-los” de um possível desgaste físico pode privá-los de experiências espirituais profundas com o Pai!

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