Olá, família!

Estou na minha segunda semana trabalhando em casa, sem nenhuma ideia de quando isso vai acabar. Quando me pediram para começar a trabalhar em casa por tempo indeterminado, parecia uma sentença de prisão perpétua. Como sou uma tagarela natural e uma pessoa que gosta de pessoas, me desenvolvo melhor em uma atmosfera cheia de, bem… pessoas!

Enfim, eu sabia que era para o melhor, então embalei meu laptop e dei uma última limpeza geral em minha estação de trabalho. Quem sabe quando eu a verei de novo?

A primeira semana trabalhando em casa não foi tão ruim. Naquele momento, a maioria das comodidades públicas, como as piscinas do distrito, as bibliotecas e as áreas esportivas cobertas ainda estavam funcionando. Eu ainda poderia ir para minhas sessões de natação matinal.

Infelizmente, o governo australiano desde então proibiu tudo isso em uma tentativa de conter o COVID-19. Hoje em dia, a única água mais próxima que vejo são as que descem pelo meu chuveiro.

Ainda assim, a vida não era tão ruim. Eu ainda poderia ir ao supermercado local, durante a minha hora de almoço, para pegar comida e esticar as pernas. Mas isso também parou quando o governo local do meu estado anunciou um lockdown de quatro semanas em 29 de março.

Agora, posso sair de casa apenas para comprar mantimentos, procurar ajuda médica, me exercitar (cumprindo novas restrições de no máximo 2 pessoas), ou me dedicar ao trabalho/estudo. Lá vai minha atividade na hora do almoço porque realmente não há necessidade de eu visitar o supermercado todos os dias, quando uma compra semanal é suficiente!

Para me manter entretida após o horário de trabalho e no fim de semana, recorri a encomendar um livro de atividades de adesivo/coloração infantil do livreiro local (ao mesmo tempo que ajudava um comércio local!). Caso você esteja se perguntando, é um Livro de Atividades de Adesivos do Detetive Pikachu, prometendo “muitos jogos, quebra-cabeças, atividades, além de muitos adesivos”. Estou muito entusiasmada!

Mas, apesar de todos esses inconvenientes, sou muito grata por estar empregada, e não menosprezo o fato de acordar todos os dias sabendo que tenho 8 horas de trabalho remunerado.

E esse período de confinamento também me forçou a diminuir meu ritmo e focar nas tarefas imediatas. Minha versão anterior ao COVID-19 acordaria às 5h15 para ir direto para a natação às 6h e depois correria para o trabalho. Essa mesma versão de mim lotaria meu fim de semana com montes de reuniões sociais, não deixando tempo para descansar. Mas minha versão “forçada a ficar em casa” tem encontrado mais tempo para orar de manhã, terminar de ler meus livros, assistir novamente meus filmes favoritos e me reconectar com amigos (admito, meu tempo em frente às telas também aumentou!).

Às vezes as coisas podem ficar esmagadoras (mais uma atualização do COVID-19), e quando isso acontece, eu paro e medito no meu versículo bíblico favorito: “Pois ele sabe como somos fracos; lembra que não passamos de pó” (Salmo 103:14). Nestes tempos de ansiedade, Deus se lembra de nós, Ele se lembra do nossa fraqueza, e entende isso. Esse é o conforto que eu preciso agora!

Michele
Melbourne, Austrália

Originalmente publicado no YMI que faz parte do Ministérios Pão DIário, em inglês no [https://ymi.today/letters-from-lockdown/]. Traduzido e republicado com permissão