A vida espiritual em uma cultura secular: uma vida de coragem

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Daniel 5

O autor Os Guinness escreve em O Chamado (Ed. Cultura Cristã, 2001) que envelhecer na década de 60 era “um privilégio motivador”. Ninguém podia ter certeza de coisa alguma. Para as pessoas intelectuais, tudo era questionado e reexaminado desde o princípio. 

Guinness continua: “Em nenhum lugar este desafio era mais evidente do que se tratando de conhecermos em quê e por que críamos… E o sentimento predominante de ‘tudo menos o cristianismo’ dessa década, significava, muitas vezes, que qualquer religião era saudável, relevante e empolgante, conquanto não fosse a cristã, a ortodoxa ou tradicional”.

 

Um novo rei (Dn 5.1-4)

Ao nos aproximarmos de Daniel 5, vemos um homem que desafiou tudo — especialmente o Deus a quem Nabucodonosor se entregara anos antes (4.34-37). O ano é 538 a.C., 23 anos depois da morte de Nabucodonosor. O novo rei é o neto de Nabucodonosor, Belsazar — um homem devotado a qualquer deus, menos ao Deus verdadeiro. Essa devoção traria sua própria queda e a de seu reino. A cidade de Babilônia estava cercada pelos exércitos do Império Medo-Persa. Daniel, agora octogenário, teve que confrontá-lo.

Agindo como Nero que se divertia enquanto Roma incendiava, Belsazar decretou um feriado nacional — apesar do cerco que ameaçava a cidade. O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença deles (v.1).

Por que faria isso? Há várias razões possíveis. Primeiro, para despreocupar o povo. Como alguém que assobia nervosamente ao passar por um cemitério, ele convidou mil líderes da cidade para demonstrar uma atmosfera de confiança apesar do perigo. Segundo, Belsazar pode ter desejado demonstrar a autoridade de seu reino. Terceiro, ele queria celebrar os deuses babilônicos. Estes estavam representados nas paredes da sala do banquete, e Belsazar dedicou um brinde a cada um deles individualmente. Quando estavam todos bêbados, o rei cometeu seu erro fatal.

 

Lembre-se: a nação está cercada e o rei está tentando de algum jeito escorar o seu reino abalado. Então, em bêbado estupor, ele pede que lhe tragam os utensílios do Templo que foram saqueados de Jerusalém anos antes. Por que esse rei faria isso? Talvez…

 

• quisesse desafiar Deus;

• quisesse provar que a velha profecia (de Daniel ao avô de Belsazar) sobre a queda da Babilônia era falsa;

• lembrou-se de como Daniel humilhara Nabucodonosor e pode ter decidido demonstrar sua superioridade.

Qualquer que fosse o motivo, Belsazar, na hora em que deveria estar jejuando ao invés de festejando, demonstrou seu total desprezo pelo Deus Altíssimo. Brindou aos seus ídolos em taças feitas para a adoração a Deus.

 

ENFOQUE

“Talvez por se lembrar da experiência humilhante que Deus trouxe a Nabucodonosor (Dn 4), Belsazar quis demonstrar que não ficaria intimidado e assim perpetrou esse ousado desafio. Foi meticulosamente calculado para insultar o Deus cujo Templo estava em Jerusalém.”

—Donald K. Campbell

Daniel — God’s Man in a Secular Society (Daniel, homem de Deus em uma sociedade secular).

 

Um novo desafio (Dn 5.5-12)

Com Sua escrita na parede, Deus declarou julgamento — e o rei o viu (vv.5-7)!

Belsazar ficou repentinamente sóbrio. Ficou pálido e fraco, e seus joelhos tremiam. Um pouco antes, estava bêbado demais para poder ficar em pé. Agora estava amedrontado demais!

E imediatamente ele ofereceu uma recompensa a qualquer um que pudesse interpretar a tal escrita (v.7). Quando todos os sábios falharam (v.8), “O rei ficou muito assustado, e seu rosto, ainda mais pálido. Seus nobres também ficaram abalados” (v.9).

O rei perdeu completamente sua placidez e serenidade porque enfrentava uma situação que não podia controlar. A solução viria de um lugar inesperado (vv.10-12).

 

Uma nova oportunidade (Dn 5.13-31)

Daniel, agora já idoso, foi levado à presença do rei (v.13). Que cena! Quando Daniel viu a sala do banquete, com sua idolatria, imoralidade e desafio a Deus, imagine o que passou pelo coração desse homem piedoso que havia procurado viver em pureza.

Belsazar ofereceu um prêmio a Daniel para interpretar a escritura sobre a parede, mas o profeta não se vendeu (vv.14-16).

Repare como Daniel não demonstrou a mesma compaixão por este rei que havia demonstrado por Nabucodonosor. Secamente, recusou os presentes do rei e expôs o seu pecado. Anteriormente aconselhara Belsazar com compaixão, mas agora o exortava com firmeza e autoridade.

Daniel disse ao rei para guardar os seus presentes e, em seguida, passou a dar-lhe uma lição de história, que remetia aos dias de Nabucodonosor (vv.18,19) trazendo uma vez mais à tona o problema que aquele rei tivera com o orgulho (vv.20,21) — o mesmo problema de Belsazar.

Antes que interpretasse, o profeta declarou o juízo de Deus sobre Belsazar e confirmou que seu pecado não era um pecado de ignorância, pois ele “sabia de tudo isso, mas mesmo assim não se humilhou” (v.22). Se não era ignorância, o que era?

 

• Arrogância (v.23), vista no espírito desafiador do rei.

• Blasfêmia (v.23), demonstrada na violação dos utensílios do Templo.

• Idolatria (v.23), repare no sarcasmo de Daniel ao descrever os ídolos que estavam adorando.

• Rebelião (v.23), pois o rei recusou-se a permitir que Deus fosse Deus.

• Julgamento divino (v.24), a mensagem escrita na parede indicava que o julgamento estava próximo.

Belsazar falhara ao menosprezar o poder do Deus Altíssimo e Sua intervenção soberana.

 

A inscrição na parede foi revelada: “MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM” (v.25), e Daniel deu a interpretação da mensagem (vv.26-28).

O julgamento estava chegando. Como poderia não estar? Era um caso clássico: “Quem sempre se recusa a aceitar a repreensão será destruído de repente, sem que possa se recuperar” (Pv 29.1). Não houve oferta de alívio ou reparação; não houve possibilidade de escape, nenhum meio de evasão, nenhuma tecnicidade — somente as consequências das escolhas tolas (vv.29-31).

“Naquela mesma noite” tudo aconteceu. Os muros aparentemente impenetráveis da Babilônia foram transpostos pelos exércitos medo-persas, e a cidade caiu. O historiador Xenofonte relata que Ugbaru, general de Ciro, conquistou a Babilônia represando as águas do rio que fluíam através do coração da cidade. Depois o exército avançou e a conquistou.

Observe, no entanto, que, antes que Belsazar fosse morto e seu reino conquistado, ele ordenou que Daniel fosse recompensado e se tornasse o terceiro mais alto governante no reino.

 

Lição

Belsazar, que foi consumido pelo mesmo orgulho que quase destruiu o seu avô, tentou desafiar Deus. Porém, falhou. Aconteceu, então, que foi “pesado na balança e não atingiu o peso necessário”, levantando uma questão importante que cada um de nós precisa responder: E eu, como estou? Qual é a minha avaliação — não aos olhos da multidão, mas aos olhos de Deus, o único na plateia?

 

Jamais devemos esquecer que somos chamadas do princípio ao fim para vivermos diante da única pessoa da plateia — não de outras pessoas. Diante de nós a questão é clara. Vivamos de tal maneira que alcancemos os propósitos de Deus para a nossa vida. Vivamos como Daniel o fez para sermos avaliadas somente pelo Senhor.

Bíblia de estudos da mulher

Artigo retirado de trechos dos estudos

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Artigo retirado de trechos dos estudos

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