A preparação de um pioneiro - Parte 1 — Paulo, uma visão de liderança dinâmica

Irmãos, queremos que saibam das aflições pelas quais passamos na província da Ásia. Fomos esmagados e oprimidos além da nossa capacidade de suportar, e pensamos que não sobreviveríamos. De fato, esperávamos morrer. Mas, como resultado, deixamos de confiar em nós mesmos e aprendemos a confiar somente em Deus, que ressuscita os mortos.

—2 Coríntios 1:8-9

 

PARTE 1

Desde os primeiros dias dos quais temos registros, Paulo demonstrava qualidades naturais de liderança que se desenvolveram através dos anos. Embora devêssemos evitar o erro de atribuir-lhe qualidades quase super-humanas e santidade, não podemos deixar de concluir que ele era um homem cuja estatura espiritual e personalidade eram impressionantes, uma daquelas figuras colossais que registram seu próprio nome na história. Não obstante, um estudo mais profundo revela um homem vulnerável, amoroso, “humano como nós”, cuja vida foi transformada pela fé incomum e entrega sem reservas ao seu Mestre.

 

Ele foi reconhecido como o cristão mais bem-sucedido de todos os tempos, e sua carreira foi considerada a mais surpreendente na história mundial. Talvez ninguém tenha atingido o mesmo nível dele em tantas competências. Sua versatilidade era tal que, em retrospecto, parece que possuía quase todos os dons. Mas, apesar da admiração que Paulo inspira em seus escritos, ele estabelece com êxito uma comunicação harmônica, ou seja, tanto consegue encontrar facilmente a afinidade com o crente humilde como com o filósofo erudito.

 

Um paralelo atual para o apóstolo Paulo, seria um homem que pudesse falar chinês em Pequim, citando Confúcio e Mencius, conseguisse escrever teologia estritamente fundamentada em inglês e expô-la na Universidade de Oxford e pudesse defender sua causa em russo perante a Academia Soviética de Ciências.

 

Em seu livro O apóstolo, John Pollock fala sobre a impressão de que o estudo sobre a vida e ministério de Paulo lhe causou:

 

O biógrafo desenvolve um tipo de percepção, e não demorou muito para perceber nitidamente a credibilidade e autenticidade da pessoa que estava emergindo dos Atos dos Apóstolos e das Epístolas de uma forma geral. Um personagem convincente com história tão verossímil, porém surpreendentemente incomum.1

 

Paulo, através de referências autobiográficas em suas cartas, posiciona-se antes de sua conversão como um cidadão de boa moral, bem-sucedido e obediente à Lei. Naquela época, ele via pouca razão para autorreprovação e não percebia motivo algum para ser desprezado por Deus. Muito pelo contrário! Não havia sido esbanjador. Ele poderia colocar sua vida perante a Lei de Deus sem se sentir inadequado por ter falhado em suas obrigações.

 

Mas seu zelo excessivo foi indignamente demonstrado através de cruel perseguição aos seguidores do Cristo. Esses atributos tornaram-no uma das pessoas mais difíceis para converter-se ao cristianismo, pois estava totalmente convencido de sua própria integridade.

 

Entretanto, sua complexa personalidade foi unificada por uma considerável lealdade aos seus propósitos. Suas imensas capacidades intelectuais, por si só, eram suficientes para Paulo ser posteriormente lembrado, mesmo que nunca tivesse se tornado um cristão. Dentre todos os apóstolos, somente ele era um intelectual, e esse detalhe se revestiu de grande importância no progresso da nova fé. Para que o cristianismo conquistasse o mundo de maneira intelectual, moral e também espiritual era necessário alguém com o calibre mental de Paulo para explicar e validar o significado da morte e ressurreição de Cristo, e outras doutrinas relacionadas.

 

A maioria dos outros apóstolos manifestava algum dom ou peculiaridade inconfundível de caráter, mas o caráter de Paulo tinha tantos aspectos que nele todas as características pareciam se amalgamar. Pedro, por exemplo, era um extremista, e André, um conservador. Em Paulo, ambas as qualidades são evidentes. Em certas ocasiões ele era ousado e impetuoso como Pedro, mas, se necessário, poderia ser tão cauteloso como André. Paulo era conservador onde um princípio estivesse envolvido, mas igualmente preparado para adotar métodos radicais a fim de atingir seu objetivo.

 

Se um princípio estivesse claramente em risco, Paulo era inflexível e não cederia por um momento, mesmo se a pessoa envolvida fosse o influente apóstolo Pedro. Como a importantíssima questão da liberdade cristã estava em foco, Paulo disse aos gálatas: “…não cedemos a eles nem por um momento, a fim de preservar a verdade das boas-novas para vocês” (2:5). Mas, se apenas uma preferência, e não um princípio, estivesse envolvido, ele estaria preparado para fazer grandes concessões.

Paulo — Uma visão de liderança dinâmica

Oswald Sanders apresenta um estudo instigante e completo sobre a vida de Paulo, abordando um aspecto pouco explorado: sua liderança. Neste livro, o autor destaca as qualidades desse grande apóstolo e líder: espírito pioneiro, incontestáveis habilidades de comunicação, vida de oração fervorosa e autêntica devoção a Jesus Cristo.

Paulo — Uma visão de liderança dinâmica

Oswald Sanders apresenta um estudo instigante e completo sobre a vida de Paulo, abordando um aspecto pouco explorado: sua liderança. Neste livro, o autor destaca as qualidades desse grande apóstolo e líder: espírito pioneiro, incontestáveis habilidades de comunicação, vida de oração fervorosa e autêntica devoção a Jesus Cristo.