A esperança do cristão
A Esperança do Cristão

Os dois desafios de Pedro – santificar Cristo como Senhor em nossa vida e estar pronto para responder por nossa fé — ambos se concentram na esperança do crente: “Em vez disso, consagrem a Cristo como o Senhor de sua vida. E, se alguém lhes perguntar a respeito de sua esperança, estejam sempre preparados para explicá-la”. Mas qual é a esperança que somos chamados a defender?

Ao contrário de como alguns concebem o termo hoje, a palavra esperança (elpis) não se refere a “pensamento desejoso”. O conceito de esperança do Novo Testamento, quando direcionada a Deus, implica numa expectativa segura, ou a espera paciente de algo que é divinamente concedido. Nossa esperança em Deus é evidenciada pelo que Ele fez no passado, que Ele continua a fazer em nossa vida agora e o que promete fazer no futuro. No contexto de 1 Pedro 3:15, o uso da palavra esperança por Pedro pode representar a fé cristã como um todo ou pode se referir mais especificamente à esperança que nos é dada por meio da salvação – uma esperança que inclui vários elementos.

Primeiro, por causa de Cristo, temos a esperança de que nossos pecados foram perdoados. No Salmo 103:12, Davi nos diz que quando Deus perdoa Seu povo, Ele lança seus pecados tão longe quanto o leste está do oeste. Em Atos 2:38, Pedro, em seu sermão no Pentecostes, instruiu aqueles que testemunharam o evento a se arrependerem, “para o perdão de seus pecados, e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo”. Mais tarde, em Efésios 1:7, Paulo lembra aos crentes que em Cristo temos redenção por meio do sangue de Jesus, ou seja, o perdão de nossos pecados. É esse perdão, que Deus mostrou a nós que estamos em Cristo, que somos chamados a demonstrar aos outros. Paulo escreve em Efésios 4:32: “sejam bondosos e tenham compaixão uns dos outros, perdoando-se como Deus os perdoou em Cristo.” O fato de nossos pecados terem sido perdoados significa que estamos diante de Deus sem mancha e sem julgamento.

Segundo, foi-nos dada a vida eterna. Uma das grandes promessas da fé cristã é a promessa de vida eterna para aqueles que entregaram suas vidas a Cristo. Talvez no versículo mais famoso da Bíblia, lemos: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Duas vezes em Seu encontro crucial com Nicodemos, Jesus usou a frase “vida eterna” para descrever a salvação.

Paulo continua essa mesma ideia em sua carta aos Romanos quando diz: “Agora, porém, estão livres do poder do pecado e se tornaram escravos de Deus. Fazem aquilo que conduz à santidade e resulta na vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas a dádiva de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Que grande esperança: a esperança da vida eterna.

Em terceiro lugar, temos a promessa do céu. A vida eterna concedida ao crente não é um estado de consciência sem emoção e sem fim consciência, mas a vida eterna com Deus. Em João 14:1-3, Jesus disse a seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos cômodos. Se não fosse assim, eu lhes teria dito que vou preparar um lugar para vocês? E se eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei novamente e os trarei para junto de mim, para que onde eu estiver, vocês também estejam. O lugar que Jesus está preparando para aqueles que o amam é descrito por Paulo em 1 Coríntios 2:9 como aquilo que “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, e mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o ama.” Não é possível imaginar como será o céu, como será maravilhoso ou quão belo será.

Embora existam muitas outras promessas que temos em Cristo, as três acima resumem alguns elementos essenciais do que nossa esperança em Cristo oferece, a esperança que somos chamados a defender.

Observe, por fim, que ao responder às perguntas de outras pessoas sobre nossa esperança, devemos demonstrar uma atitude de gentileza e reverência. Com muita frequência, os cristãos se caracterizam como intolerantes das práticas e crenças das pessoas ao seu redor. Infelizmente, isso às vezes é verdade, mas não deveria ser. Quando nossa fé é desafiada como seguidores de Cristo, não somos chamados a reagir com raiva, ódio ou ressentimento, mas sim com bondade, respeito e compaixão. Devemos lembrar que: “A forma como dizemos algo é tão importante quanto o que dizemos”. Como membros do corpo de Cristo, nossa missão é ser luz para aqueles que não conhecem Cristo, sermos exemplos vivos do Espírito de Deus em nós e oferecer graciosamente respostas àqueles que buscam conhecer a Deus.

 

Reflexão:

1) Como demonstrar atitudes de gentileza e reverência ao sermos questionados sobre a nossa fé?

2) Para você, por que crer no que Cristo fez por nós é uma questão tão importante para ser respondida e compartilhada?